
A Líbia propôs-se estabelecer no seu país uma "zona italiana de negócios", livre de impostos pelo período de cinco anos, anunciou hoje a presidente da confederação dos industriais de Itália (Confindustria), Emma Marcegaglia.A Líbia vai investir 11.800 milhões de euros para atrair investimento estrangeiro e a prioridade será dada aos italianos, disse em Roma o coronel Muammar Khadafi, que também quer investir nas duas maiores empresas energéticas da Itália, a ENI Spa e a Enel Spa."Estão interessados porque têm liquidez para investir e graças ao novo clima de amizade entre a Líbia e a Itália", afirmara já o ministro italiano da Indústria, Claudio Scajola, durante um banquete oferecido a Kadafhi.O mês passado o ministro líbio da Energia, Shokri Ghanem, reiterara o interesse de Tripoli em adquirir 10 por cento da ENI, bem como uma parte da Enel, depois de a Líbia já ter quase cinco por cento do banco italiano UniCredit Spa.O coronel Kadhafi tem estado até hoje a visitar um país que o século passado chegou a colonizar a Líbia e deverá regressar em Julho para a cimeira do Grupo dos Oito.Durante esta visita, o dirigente líbio tem-se congratulado como o facto de a antiga potência colonial haver apresentado desculpas pelo seu passado, mas mesmo assim não deixou de ser alvo de manifestações de estudantes e não foi autorizado a discursar no Senado.Por outro lado, ao falar ao povo numa praça romana, chegou a causar embaraço ao dizer que na sua opinião se poderiam abolir os partidos políticos e "dar aos italianos o poder directo. Não haveria direita, esquerda ou centro. O sistema de partidos é o aborto da democracia".O próprio anfitrião, o presidente da Câmara Municipal de Roma, Gianni Alemanno, sentiu-se na obrigação de esclarecer depois à imprensa que o discurso de Khadafi na praça do Campidoglio fora "inaceitável" e que "não aceitamos lições de democracia de ninguém".O coronel aproveitou ainda estes dias passados na Itália para convidar o mundo a compreender as motivações dos terroristas, tendo comparado as acções dirigidas por Osama bin Laden aos ataques aéreos que os Estados Unidos lançaram em 1986 contra o seu país.
Fonte: Público.pt
Fonte: Público.pt

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