domingo, 7 de junho de 2009

A Madeira tem mais eleitores inscritos para estas eleições do que habitantes


Mais de 50 mil “fantasmas” nos cadernos eleitorais
Na última estimativa do instituto Nacional de Estatística, referente a 2007, a Região Autónoma da Madeira tinha 246.689 habitantes. Entre estes, 44.046 teriam entre zero e 14 anos. Curiosamente, nos dados de recenseamento eleitoral, publicados em Dezembro de 2008, estavam inscritos na Região 258.582 eleitores. Nos últimos meses, esse número subiu para 260.230 (!). São estes os cidadãos que estão em condições de votar nas eleições de hoje. Logo à partida, é possível verificar que há mais 13 mil eleitores do que habitantes, o que, por si só, já constitui um problema. Continuando a fazer contas, é fácil concluir que aquelas crianças e adolescentes, referenciadas em 2007 terão, neste momento, um máximo de 16 anos de idade. Claramente fora dos cadernos eleitorais. Tudo somado, são mais de 57 mil eleitores “fantasmas" que se distribuem pelos cadernos eleitorais que hoje estarão nas mesas de voto.'Fantasmas' duplicaramEsta situação, que é conhecida há muito tempo, nunca foi resolvida. A Madeira, segundo estudos estatísticos, é a região do País onde há maior discrepância entre os cadernos eleitorais e o número real de eleitores. Há poucos anos, o número de “fantasmas# era estimado em 30 mil e as promessas eram de resolução rápida do problema. O efeito foi o oposto. O número de eleitores que estão impossibilitados de votar, mas constam dos cadernos, praticamente duplicou. A maioria são emigrantes que mantiveram a inscrição nos seus concelhos de origem, mas muitos outros são jovens que foram inscritos automaticamente, seguindo a nova lei do recenseamento.Todos os concelhos da Região, como já foi noticiado, registaram aumentos muito significativos no número de eleitores, com a entrada para os cadernos de todos os jovens com mais de 17 e de todos os cidadãos que, já tendo idade para votar, nunca se recensearam. No Funchal, por exemplo, estão inscritos 108 mil eleitores e a estimativa de habitantes fica ligeiramente abaixo dos 100 mil. Esta diferença astronómica, entre habitantes e eleitores inscritos, influencia, desde logo, os resultados da abstenção que será registada nas eleições de hoje.Ao nível nacional, o problema é idêntico, embora percentualmente menor. Portugal tem cerca de 10,6 milhões de habitantes. Nos cadernos eleitorais estavam inscritos, em Dezembro do ano passado - entretanto poderão ter sido acrescentados mais alguns milhares - 9.462.645 eleitores. Uma diferença inferior a 1,2 milhões que não é equivalente ao número de cidadãos com menos de 18 anos residentes em território nacional.
Fonte: dnoticias.pt

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