sexta-feira, 12 de junho de 2009

Face ao agravamento do HIV/SIDA : Plano de emergência para região sul do país


O Conselho Nacional de Combate à Sida (CNCS) está a estabelecer um plano de emergência para fazer face ao aumento de novas infecções com o HIV/SIDA na região Sul do país, onde os índices de seroprevalência se situam acima da média nacional, estimada em 16 por cento. No ritmo actual de propagação da doença, segundo projecções do CNCS, a taxa de seroprevalência poderá atingir, a curto prazo, os 35 por cento na província de Gaza, 34 por cento na província do Maputo e 29 por cento na cidade de Maputo.

Segundo visão da Primeira-Ministra e presidente do CNCS seria de esperar que o ritmo de novas infecções fosse menos acelerado em regiões como a cidade de Maputo, onde o índice de analfabetismo é baixo e o nível de conhecimento sobre a doença é elevado em todos os grupos populacionais. Ao contrário, de acordo com Luísa Diogo, a situação prevalecente chama à atenção para a necessidade de se adoptar uma nova forma de estar nesta luta, que além de um maior diálogo com os grupos de risco, inclui um maior rigor no cumprimento da lei, bem como o envolvimento, como sujeitos, de alguns segmentos sociais que até então eram meros expectadores no contexto do combate ao HIV/SIDA.
A ideia ontem acordada em Maputo, no decurso da 31ª sessão ordinária do CNCS, é que o plano de emergência deverá estar concluído até finais de Julho próximo, devendo assentar nos pressupostos aflorados durante os debates, nomeadamente o facto do problema actual ser mais de atitude e de posicionamento das pessoas perante a doença e não tanto de desconhecimento como era no passado.
“Tal como vimos fazendo com sucesso na região centro, o objectivo do plano de emergência é provocar uma mudança de comportamento de forma imediata, mesmo assumindo que a situação está como está por razões anómalas, situações exógenas à nossa população...”, disse Luísa Diogo.
Como algumas das causas da situação apontou a fraca percepção do risco associado a atitudes e comportamentos como a prática de relações sexuais com múltiplos parceiros, o consumo excessivo de bebidas alcoólicas, sobretudo pelos jovens, as relações inter-geracionais, a alta mobilidade das populações, a prostituição e o incumprimento de leis como a de proibição do acesso de menores a lugares de diversão nocturna. Segundo a presidente do CNCS, é com base nestes pressupostos que o plano de emergência vai adoptar novos procedimentos nesta fase ainda sem recorrer a medidas administrativas como já aconteceu nalguns países da região.
Ainda de acordo com Luísa Diogo, 1600 funcionários e agentes do Estado morrem anualmente devido a doenças associadas ao HIV/SIDA em Moçambique. Actualmente o Estado emprega 160 mil funcionários, 25 por cento dos quais estão infectados pela doença.
Actualmente, segundo dados revelados pela Primeira-Ministra, um total de 9600 funcionários e agentes do Estado beneficiam de tratamento com medicamentos anti-retrovirais.
A estratégia de combate ao HIV e SIDA na Função Pública comporta três componentes, nomeadamente a prevenção, a administração do tratamento e a mitigação do impacto, vista como uma medida destinada a criar condições para que o HIV não leve o funcionário a desistir da vida.
Fonte: Notícias

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