Apesar das adversidades decorrentes da crise financeira internacional, entre as quais a provável redução do investimento estrangeiro, a economia moçambicana continuará, nos próximos tempos, a crescer de forma sustentável.A garantia foi dada ontem, em Lisboa, Portugal, a jornalistas moçambicanos pelo Governador do Banco de Moçambique, Ernesto Gove.O governador do Banco Central, que falava a jornalistas nacionais durante uma conferência de imprensa de balanço da participação da delegação moçambicana na 46ª Reunião Anual do Banco Africano de Desenvolvimento, disse também que à semelhança do que acontece com a generalidade do continente africano, Moçambique tem sabido gerir a crise mantendo um certo nível de crescimento.“No caso concreto de Moçambique, nos últimos quatro anos e apesar dessa crise financeira internacional, o crescimento económico sempre esteve acima da média de crescimento da África Subsahariana, que é de cerca de 5,6 porcento”, disse o governador.Ernesto Gove justificou a reacção positiva da economia moçambicana face à crise com “as políticas macro-económicas responsáveis que têm sido levadas a cabo pelo Governo e também com a resposta do sector privado”.“Só para recordar que, justamente tomando consciência de que as janelas externas para financiamento ao sector privado se haviam de fechar por causa da escassez de liquidez internacional, a nível doméstico tivemos que permitir um crescimento maior do crédito à economia chegando a níveis superiores a 50 porcento em termos de crescimento anual. É isso que tem conseguido fazer com que as nossas empresas resistam aos efeitos da crise financeira internacional”, afirmou.Para o Governador, Moçambique também tem adoptado políticas económicas que visam garantir um crescimento económico sustentável olhando não só para os grandes projectos, mas, sobretudo, para as pequenas e médias empresas que, na sua óptica, são aquelas que empregam mais pessoas e garantem uma sustentabilidade a longo prazo.“Sendo assim, vejo com optimismo que no caso de Moçambique, vamos sim, nos próximos tempos, manter um crescimento sustentável”, disse.Questionado sobre como é que se poderá reduzir o actual custo do crédito à economia, que actualmente é elevado, Ernesto Gove disse ser necessário adoptar medidas de combate à inflação.“Antes de olharmos para o lado do investimento temos que ver a poupança. Sem poupança não há investimento e as pessoas só poupam quando justamente as taxas reais de remuneração das suas poupanças forem positivas. É por isso que entendemos que é preciso combater a inflação para que os aforradores possam poupar mais e, por consequência, os investidores também possam realizar investimentos”, disse.Ernesto Gove acrescentou que “se continuarmos com as políticas monetárias e fiscais que temos implementado para manter as finanças públicas sob controlo e a massa monetária compatível com o crescimento económico, acredito que a inflação vai ser baixa e, por consequência, as taxas de juro também”.
Fonte: Club of Mozambique
Fonte: Club of Mozambique

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