
Está instalado um ambiente de cortar à faca entre o governo moçambicano e a Federação dos Transportadores Rodoviários de Moçambique (FEMATRO), organização que coordena as associações de transportadores de passageiros e carga em Moçambique. A FEMATRO engrossou os grupos contestatários sobre os serviços de inspecção obrigatória de viaturas concebidos pelo governo. Entendem que as exigências não são adequadas à realidade económica e social do país, pelo que, devem ser revistas, mas o governo não concorda e acusa os transportadores de fomentar campanhas de desinformação.
Em causa está a recente medida tomada pelo governo de instalação de centros de inspecção obrigatória de viaturas. Dizem os transportadores que não estão contra a decisão, até porque, segundo dizem, a inspecção obrigatória de viaturas está prevista no Código de Estrada ora em vigor no país. O que lhes preocupa, sublinham, são os moldes em que o governo está a levar a cabo o projecto. Os transportadores reconhecem que problemas mecânicos podem estar na origem de alguns acidentes de viação. Contudo, defendem que só um estudo específico poderia determinar com exactidão as reais causas dos aludidos acidentes.Para estes, não se justifica que se monte centros de inspecção com critérios rígidos de avaliação e sob pretexto de reduzir acidentes nas estradas enquanto a realidade económica do país não favorece.Ademais, a FEMATRO como representante do sector privado na área dos transportes, entende que é parceira do governo, não se explicando as motivações que terão levado o executivo de Armando Guebuza a ignorar todas as suas contribuições e tomar decisões de forma unilateral. Como parceira do governo, a FEMATRO sempre tentou junto deste, encontrar mecanismos para resolver diferendos ou encontrar soluções de vários problemas enfrentados dia após dia mas, o governo em vez de colaborar, recorre muitas vezes ao seu poder de autoridade e toma decisões unilaterais que por fim prejudicam os moçambicanos.“Da forma como vocês conceberam as inspecções, nenhuma viatura poderá circular na praça e o povo é que vai sofrer devido à falta de transporte”, elucidou Rogério Manuel, presidente da FEMATRO. Rogério Manuel recordou que, recentemente, aquando da discussão dos modelos de inspecção a introduzir no país, várias foram as contribuições que deu ao governo, mas o documento final das modalidades de inspecção não incluía um ponto sequer das contribuições do sector privado. Um desses pontos tinha a ver com a necessidade de uma implementação faseada das inspecções periódicas no sentido de garantir a preparação paulatina das condições para o início de uma inspecção mais rígida e de acordo com a realidade no terreno.É que o actual estágio das vias de acesso e a realidade económica e social do país não se adequam com o nível de equipamento montando nos centros de inspecção.Os membros da FEMATRO aconselham o executivo que primeiro arranje estradas para depois exigir a qualidade dos automóveis. Dizem que não se entende que o governo patrocine as inspecções e simultaneamente descure da sua responsabilidade quanto à conservação e manutenção das vias de circulação que estão num estado deplorável.Segundo os transportadores, as novas inspecções estão desenquadradas à nossa realidade, uma vez que cerca de 90 por cento das viaturas é de segunda mão, num mercado dominado por uma forte presença de aces-sórios de fraca qualidade e estradas esburacadas.Sublinham que o investimento aplicado na criação dos Centros de inspecção, ainda que sejam concessões, devia ter sido direccionado para as vias de acesso que faltam nos principais centros urbanos do país.Acrescentam que na actual realidade, um sujeito pode mandar a sua viatura à inspecção e a mesma ser aprovada para horas depois partir uma peça porque, esta ou aquela estrada está degradada. Assim, qual terá sido a mais-valia da inspecção.Para o representante da União das Cooperativas dos Transportes de Passageiros e Carga de Maputo (UNI-COTROMA), Alexandre Ngove, em quase todas as viaturas de transporte semi-colectivo de passageiros que operam na sua área de jurisdição e que foram inspeccionadas detectaram-se problemas, que até não põem em causa a segurança dos passageiros, mas que os mesmos devem ser sanados no curto espaço de tempo possível sob o risco de se vedar a sua circulação.O que preocupa Ngove é se o governo está ciente das consequências que provirão se essas viaturas deixarem de circular. Alertou que a contestação pode assumir proporções que podem apanhar o governo desprevenido e vir a causar-lhe sérios problemas.Os transportadores dizem que o governo está a ser ditador e a agir de má fé. Entendem que em condições normais o executivo devia acarinhar este operador que muitas vezes sacrifica a sua viatura e entra em zonas recônditas sem estradas com todo o risco de degradar a viatura.“Como é que este operador que socorre populações que vivem em zonas sem estradas terá a viatura em condições se o Estado não está lá para criar as mínimas condições”? questionou Ngove.Os transportadores avançam referindo que o sistema montado neste momento nos centros de inspecção abre espaço para a prática de actos de corrupção da parte dos funcionários lá afectos.A escassos meses da introdução destes serviços são vários casos de subornos reportados.De acordo com a FEMATRO as negociações começam de mil meticais e vão aumentando de acordo com as deficiências da viatura.
Fonte: Savana
Em causa está a recente medida tomada pelo governo de instalação de centros de inspecção obrigatória de viaturas. Dizem os transportadores que não estão contra a decisão, até porque, segundo dizem, a inspecção obrigatória de viaturas está prevista no Código de Estrada ora em vigor no país. O que lhes preocupa, sublinham, são os moldes em que o governo está a levar a cabo o projecto. Os transportadores reconhecem que problemas mecânicos podem estar na origem de alguns acidentes de viação. Contudo, defendem que só um estudo específico poderia determinar com exactidão as reais causas dos aludidos acidentes.Para estes, não se justifica que se monte centros de inspecção com critérios rígidos de avaliação e sob pretexto de reduzir acidentes nas estradas enquanto a realidade económica do país não favorece.Ademais, a FEMATRO como representante do sector privado na área dos transportes, entende que é parceira do governo, não se explicando as motivações que terão levado o executivo de Armando Guebuza a ignorar todas as suas contribuições e tomar decisões de forma unilateral. Como parceira do governo, a FEMATRO sempre tentou junto deste, encontrar mecanismos para resolver diferendos ou encontrar soluções de vários problemas enfrentados dia após dia mas, o governo em vez de colaborar, recorre muitas vezes ao seu poder de autoridade e toma decisões unilaterais que por fim prejudicam os moçambicanos.“Da forma como vocês conceberam as inspecções, nenhuma viatura poderá circular na praça e o povo é que vai sofrer devido à falta de transporte”, elucidou Rogério Manuel, presidente da FEMATRO. Rogério Manuel recordou que, recentemente, aquando da discussão dos modelos de inspecção a introduzir no país, várias foram as contribuições que deu ao governo, mas o documento final das modalidades de inspecção não incluía um ponto sequer das contribuições do sector privado. Um desses pontos tinha a ver com a necessidade de uma implementação faseada das inspecções periódicas no sentido de garantir a preparação paulatina das condições para o início de uma inspecção mais rígida e de acordo com a realidade no terreno.É que o actual estágio das vias de acesso e a realidade económica e social do país não se adequam com o nível de equipamento montando nos centros de inspecção.Os membros da FEMATRO aconselham o executivo que primeiro arranje estradas para depois exigir a qualidade dos automóveis. Dizem que não se entende que o governo patrocine as inspecções e simultaneamente descure da sua responsabilidade quanto à conservação e manutenção das vias de circulação que estão num estado deplorável.Segundo os transportadores, as novas inspecções estão desenquadradas à nossa realidade, uma vez que cerca de 90 por cento das viaturas é de segunda mão, num mercado dominado por uma forte presença de aces-sórios de fraca qualidade e estradas esburacadas.Sublinham que o investimento aplicado na criação dos Centros de inspecção, ainda que sejam concessões, devia ter sido direccionado para as vias de acesso que faltam nos principais centros urbanos do país.Acrescentam que na actual realidade, um sujeito pode mandar a sua viatura à inspecção e a mesma ser aprovada para horas depois partir uma peça porque, esta ou aquela estrada está degradada. Assim, qual terá sido a mais-valia da inspecção.Para o representante da União das Cooperativas dos Transportes de Passageiros e Carga de Maputo (UNI-COTROMA), Alexandre Ngove, em quase todas as viaturas de transporte semi-colectivo de passageiros que operam na sua área de jurisdição e que foram inspeccionadas detectaram-se problemas, que até não põem em causa a segurança dos passageiros, mas que os mesmos devem ser sanados no curto espaço de tempo possível sob o risco de se vedar a sua circulação.O que preocupa Ngove é se o governo está ciente das consequências que provirão se essas viaturas deixarem de circular. Alertou que a contestação pode assumir proporções que podem apanhar o governo desprevenido e vir a causar-lhe sérios problemas.Os transportadores dizem que o governo está a ser ditador e a agir de má fé. Entendem que em condições normais o executivo devia acarinhar este operador que muitas vezes sacrifica a sua viatura e entra em zonas recônditas sem estradas com todo o risco de degradar a viatura.“Como é que este operador que socorre populações que vivem em zonas sem estradas terá a viatura em condições se o Estado não está lá para criar as mínimas condições”? questionou Ngove.Os transportadores avançam referindo que o sistema montado neste momento nos centros de inspecção abre espaço para a prática de actos de corrupção da parte dos funcionários lá afectos.A escassos meses da introdução destes serviços são vários casos de subornos reportados.De acordo com a FEMATRO as negociações começam de mil meticais e vão aumentando de acordo com as deficiências da viatura.
Fonte: Savana

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